CONFITURE, mon amour…

Uma manhã doce em Paris: minha visita à Confiture Parisienne
O ATELIER tem um charme irresistível — é romântico, simbólico e totalmente à altura da experiência que você vive em Paris. traduz perfeitamente essa paixão profunda, quase cinematográfica, que só quem ama geleia de verdade entende
TEXTO POR JORGE GONÇALVES

Desde o começo da marca, eu a seguia pelo Instagram e muitas vezes me inspirou em diversos aspectos. Era o tipo de marca e lugar que eu fazia questão de, um dia, conhecer pessoalmente. Demorou alguns anos, mas em dezembro de 2024, em meio ao frio “cortante” e poético do inverno parisiense, tive o privilégio de visitar um dos lugares mais encantadores para quem, como eu, vive o universo das geleias com paixão e respeito: a Confiture Parisienne. Localizada no coração do 12º arrondissement, em uma rua tranquila e charmosa, sob um arco do Viaduc des Arts, na Avenue Daumesnil, a loja-ateliê da marca é um verdadeiro refúgio sensorial, onde a tradição se entrelaça com a inovação de forma quase mágica, juntamente com ateliers de artesãos, galerias e cafés.

Acho interessante acrescentar que o atelier fica em um local muito especial: embaixo da charmosa Coulée Verte René-Dumont, uma trilha verde suspensa que percorre mais de 4,7 km no leste de Paris, desde a Opéra Bastille até os limites da cidade, na Porte de Montempoivre.

Construída sobre o traçado de uma antiga linha ferroviária desativada, esta “promenade plantée” — como foi originalmente batizada — mergulha os visitantes em um corredor de vegetação exuberante, passarelas de madeira, jardins suspensos e túneis cobertos por heras, criando um contraste poético com o ritmo vibrante da capital. Aberta ao público em 1993, é um verdadeiro refúgio elevado sobre as ruas parisienses, ideal para caminhadas contemplativas, respiros criativos e encontros com a beleza inesperada. É um modelo urbanístico que inspira o mundo, e serviu de referência para outras trilhas urbanas elevadas, como a High Line, em Nova York.

Voltando ao assunto principal, devo dizer que ao entrar na loja, fui imediatamente acolhido por uma aura de delicadeza: potes laqueados de branco repousavam em prateleiras elegantes, como joias gourmets à espera de serem descobertas. A estética é impecável, refinada e ao mesmo tempo acolhedora — tudo ali parece cuidadosamente pensado para proporcionar uma experiência memorável. Sem contar com a arquitetura, a estrutura dos arcos de pedra coroam o espaço e o faz ainda mais especial e acolhedor, ao mesmo tempo, exuberante e magnifico, algo típico parisiense…

Fui recebido com entusiasmo pela equipe de marketing, com quem conversei longamente sobre a história e o propósito da marca. Ali entendi que a Confiture Parisienne não é apenas uma empresa que faz geleias — ela é a guardiã contemporânea de uma tradição esquecida de Paris. No século XIX, antes que os bairros elegantes se tornassem o que conhecemos hoje, havia pomares nos arredores da cidade, e fazer confitures era parte da alma parisiense. Foi essa memória que Laura Goninet e Nadège Gaultier quiseram resgatar ao fundar a marca, em 2015.

E fizeram isso com maestria.

Cada geleia é elaborada artesanalmente no ateliê da marca, onde o perfume dos frutos se mistura ao vapor quente que sobe dos caldeirões de cobre — sim, eles ainda utilizam a tradicional cocção em cobre, em pequenos lotes, como se fazia antigamente. Os ingredientes são todos naturais: frutas selecionadas no auge da estação e açúcar não refinado. Nada de conservantes, corantes ou aditivos.

Durante minha visita, tive a chance rara (e deliciosa) de degustar quase todos os sabores da casa. E que sabores! Desde as combinações mais clássicas, como Fraise & Fleurs de Cerisier, até ousadias que surpreendem o paladar como Pomme Tatin (inspirada na famosa torta) ou a colaboração com marcas como Palais des Thés, que resultou numa confiture com notas de chá e frutas delicadas. Fiquei encantado com a Châtaigne Poire Fève Tonka – um verdadeiro abraço de inverno em forma de geleia. Cada colherada contava uma história, despertava memórias e, ao mesmo tempo, criava novas.

O diferencial da Confiture Parisienne vai além do sabor: é uma experiência que une arte, gastronomia e afeto. Os potes brancos, com rótulos desenhados com precisão e elegância, fazem das geleias também objetos de presente — e de presença. A marca, inclusive, se define não apenas como uma confiturerie, mas como uma criadora de “cadeaux gourmets”. E isso está no seu DNA.

Além da loja, o local abriga também o ateliê onde as confitures são preparadas diariamente, e onde ocorrem oficinas e experiências sensoriais para o público. Fiquei sabendo que é possível agendar uma aula prática, aprender a fazer a própria geleia e entender cada etapa do processo de forma participativa. Já pensou?

Saí de lá ainda mais inspirado e as mãos cheias de potes preciosos — e com a certeza de que há algo de profundamente parisiense na arte de fazer geleia. Uma arte que Laura e Nadège devolveram à cidade com um olhar contemporâneo, feminino e absolutamente delicioso.

A Confiture Parisienne é mais do que uma marca. É um manifesto em defesa do sabor, da beleza e do tempo dedicado ao cuidado. E se estiver de passagem por Paris, recomendo que reserve uma manhã para visitá-la. Vai sair de lá com muito mais do que geleias — vai levar consigo um pouco da doçura que ainda resiste no mundo.

Ao deixar o ateliê da Confiture Parisienne, levei comigo mais do que o sabor refinado das geleias — saí tocado por uma filosofia que une tradição e inovação com uma elegância rara. A delicadeza nos detalhes, o respeito pelo artesanal e a ousadia nas combinações despertam em nós, MESTRES GELEIEIROS ou simplesmente apaixonados pela arte de conservar, uma vontade quase urgente de criar algo com alma. A marca não apenas inspira pelo que faz, mas pelo que representa: a certeza de que é possível transformar um pote de geleia em uma experiência sensorial, afetiva e cultural. Que mais pessoas no mundo se sintam motivadas a criar com o mesmo propósito — espalhar beleza, sabor e memória por onde passarem. Porque, no fim, uma boa geleia é também uma forma de amor.

Gentilmente, a equipe me presenteou com algumas GELEIAS.

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