GELEIA nos piqueniques

TEXTO POR JORGE GONÇALVES

Antes de pegar a toalha xadrez, é importante esclarecer que a forma correta de escrita em português é “piquenique”. Embora essa palavra seja amplamente conhecida e utilizada, seu uso pode gerar dúvidas. “Piquenique” tem origem no francês, onde a forma original é “pique-nique”, com hífen. Em inglês, a palavra se transformou em “picnic”, mas no contexto do blog, vamos manter a escrita correta em português. Agora que já sabemos como se escreve, vamos explorar mais sobre a história e a tradição desse evento que encanta gerações.

A Importância dos Piqueniques Vitorianos

Os piqueniques na era vitoriana eram eventos sociais grandiosos e elaborados, organizados pelas classes mais abastadas da Inglaterra do século XIX. Muito mais do que uma simples refeição ao ar livre, esses eventos eram uma verdadeira celebração da vida em sociedade, marcados por luxo e sofisticação. Além disso, eles ocorriam com mais frequência nos meses de primavera e verão, quando o clima ameno permitia que as famílias aproveitassem a beleza natural dos parques, jardins e campos da Inglaterra.

Esses eventos eram verdadeiros espetáculos sociais, um momento em que as famílias mais ricas podiam demonstrar seu status e bom gosto. As toalhas de linho bordadas, os talheres de prata, louças de porcelana fina e até mesmo tendas eram levados ao campo, criando uma atmosfera de luxo e requinte. Piqueniques não eram improvisados, mas planejados cuidadosamente, muitas vezes com o envolvimento de cozinheiros profissionais.

Além disso, o piquenique vitoriano funcionava como uma pausa da vida urbana, que passava por transformações intensas devido à industrialização. Eles ofereciam um momento de fuga para a natureza e uma oportunidade de se reconectar com o campo, o que era muito valorizado na sociedade da época.

O Consumo de Geleias nos Piqueniques Vitorianos

As geleias ocupavam um papel central nas refeições servidas durante esses eventos ao ar livre. A produção de conservas e geleias era vital numa época em que a conservação dos alimentos era limitada, já que as frutas frescas não estavam disponíveis durante todo o ano. No inverno, as geleias permitiam que as famílias vitorianas tivessem acesso ao sabor das frutas mesmo quando não estavam na estação. Eram consideradas indispensáveis, não só pela praticidade, mas também pelo requinte que traziam às mesas.

Geleias feitas de morango, framboesa, groselha, ameixa e laranja eram algumas das mais populares. Cada uma dessas frutas era cuidadosamente selecionada e preparada com açúcar para criar uma textura suave e um sabor doce. Elas eram servidas em sanduíches, com scones, em tortas ou simplesmente como acompanhamento de carnes assadas, queijos e até pães finos. A tradição de consumir geleias em eventos sociais como o piquenique ajudava a consolidar esses produtos como símbolos de luxo e sofisticação.

Mestres Geleieiros e Marcas Famosas

Durante a era vitoriana, algumas marcas e MESTRES GELEIEIROS se destacaram pela qualidade e pela inovação na produção de geleias. Uma das mais notáveis até hoje é a marca Wilkin & Sons, fundada em 1885, que produzia as famosas geleias de frutas cultivadas nos campos de Essex. Essa marca logo conquistou a preferência da família real britânica, especialmente a Rainha Vitória, que era uma grande apreciadora de geleias de morango. A tradição real de consumir geleias continuou ao longo das décadas, sendo uma prática preservada até os dias atuais.

A família real britânica sempre teve uma relação especial com as geleias. Entre os sabores preferidos dos monarcas está a geleia de groselha preta e a famosa geleia de morango da fazenda Balmoral, uma das propriedades da família real na Escócia. As geleias produzidas em Balmoral são conhecidas pelo sabor autêntico e fresco, simbolizando a conexão da realeza com as terras e tradições britânicas. E para saber qual era o sabor favorito de GELEIA da Rainha Elizabeth II, CLIQUE AQUI

A Importância de Preservar Frutas

Numa época em que o sistema de refrigeração era inexistente, conservar alimentos era uma questão de sobrevivência e luxo. Ter potes de geleia na despensa significava que a família poderia desfrutar dos sabores de frutas durante os meses em que essas não eram encontradas frescas. O processo de fabricação de geleia, que envolvia cozinhar as frutas com açúcar, permitia que os alimentos fossem preservados por longos períodos. Isso tinha um valor imenso, especialmente durante o inverno, quando o acesso a frutas frescas era limitado.

Além disso, conservar frutas era uma forma de mostrar o conhecimento e o cuidado da família em preservar o que a natureza oferecia. As geleias também representavam o controle sobre os ciclos da natureza, ao permitir que sabores de verão fossem experimentados o ano inteiro.

Geleias e o Calendário Vitoriano

Os piqueniques vitorianos ocorriam com maior frequência nos meses de primavera e verão, quando o tempo permitia que as famílias passassem horas ao ar livre. Esse período coincidia com a colheita de frutas frescas, o que permitia que as geleias fossem feitas com ingredientes da estação. No entanto, o hábito de consumir geleias não se restringia aos meses mais quentes. Mesmo no outono e inverno, as famílias desfrutavam dessas conservas em suas refeições internas.

Durante o verão, as geleias eram produzidas em grande quantidade para serem armazenadas para o inverno. As frutas eram colhidas frescas, muitas vezes das próprias propriedades rurais das famílias ou compradas de mercados regionais. Os meses de agosto e setembro eram particularmente importantes para a produção de conservas, pois era quando as frutas de baga, como morango e framboesa, estavam em abundância.

A Sofisticação de Um Simples Pote de Geleia

Ter uma geleia de alta qualidade era um símbolo de refinamento. A aristocracia investia em MESTRES GELEIEIROS que produziam conservas artesanais com ingredientes raros ou exóticos. Além disso, as geleias não eram apenas um complemento para o pão, elas representavam o equilíbrio perfeito entre doçura e frescor, e a habilidade de transformar frutas perecíveis em produtos que podiam ser apreciados por meses.

DE VOLTA AO COMEÇO

O piquenique vitoriano era muito mais do que um encontro social ao ar livre. Ele representava a arte de viver com sofisticação e o controle sobre a natureza através da preservação dos alimentos. As geleias eram uma parte fundamental dessa experiência, tanto como símbolos de luxo quanto como uma prática de sobrevivência e prazer. A tradição de consumir geleias nos piqueniques ingleses permanece até hoje, com as marcas associadas à realeza e à alta sociedade perpetuando essa deliciosa herança.

Com o passar dos anos, o piquenique, que inicialmente era um evento grandioso e reservado quase exclusivamente à aristocracia inglesa, começou a se popularizar entre outras classes sociais. Essa transição ocorreu de forma gradual, à medida que as condições de vida melhoravam e a revolução industrial possibilitava um maior acesso a alimentos e utensílios. Embora tenha se tornado mais acessível, o piquenique não perdeu sua essência de ser um momento especial de conexão com a natureza e com os outros. Ao contrário de se tornar algo banal, ele se consolidou como um evento democrático, onde o conceito de desfrutar de boa comida e momentos de felicidade ao ar livre passou a ser entendido como um direito de todos, independentemente da classe social. As geleias, por exemplo, que antes eram sinônimo de luxo, se tornaram comuns nas mesas de famílias de diferentes origens, adaptadas de acordo com os ingredientes disponíveis. O piquenique, assim, foi incorporado ao cotidiano das pessoas, ganhando uma nova importância como uma oportunidade de celebração simples e prazerosa, mas carregada de simbolismo e tradição.

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