COM ALGUMAS INFORMAÇÕES E UM POUCO DE TREINO É POSSÍVEL IDENTIFICAR E SELECIONAR O QUE MAIS LHE AGRADA NUMA GELEIA, E DESSA FORMA ESCOLHER AS SUAS FAVORITAS E TAMBÉM AS QUE IRÃO MELHOR HARMONIZAR COM SUAS PREPARAÇÕES, SEJAM ELAS PRATOS SALGADOS, DOCES OU ATÉ MESMO BEBIDAS

TEXTO POR JORGE GONÇALVES

Para escolher uma boa geleia o primeiro passo é prová-la e saber se tanto o aroma quanto o sabor te agradam, se você consegue perceber as frutas e texturas.

O passo seguinte é saber que existem várias técnicas e tipos de geleia: jam, jelly, confiture, gelée, marmelade, preserve, doce, compota… são várias denominações, e você inicia a sua escolha optando por tipos que lhe fazem mais sentido.

Você pode até participar de um curso especial onde treina habilidades como analise sensorial, degustação com reconhecimento de texturas, sabores e tipos de geleia, juntamente com uma carga teórica para que toda a parte prática seja absorvida com mais facilidade, pois sabendo o que é e como distingui-las, o aprendizado será completo. Quer saber como isso é possível? Então entre em contato comigo através do e-mail mestre@omestregeleieiro.com.br que te explico melhor como funciona o curso.

E como eu escolho sem tê-la provado? 

Nesse caso existem alguns itens que você precisa levar em consideração na hora de escolher, a começar, se a geleia é para seu consumo ou será um presente. Caso seja para você, veja abaixo a relação de itens e, sendo para presentear, procure saber um pouco sobre as preferências de quem será presenteado. Se não tiver essas informações, use o bom senso para fazer a melhor escolha:

– se você se importa ou não com a idoneidade da empresa fabricante: nem sempre a geleia que se vende como artesanal é totalmente natural e nem sempre toda geleia “dita” natural, sem conservantes, sem corantes, estabilizantes e qualquer produto artificial que nem podemos imaginar que exista é utilizado nesse produto;

– se é totalmente natural;

– se é artesanal;

– se é industrial mas feita de forma natural;

– se está dentro da sua expectativa de gasto com uma geleia (e ai vale lembrar que existem inúmeras marcas que oferecem desde baixa até alta qualidade, de natural até com insumos artificiais) e que nem sempre o valor está relacionado ao preço final do produto;

– o tipo de fruta que você gosta, se mais cítrica, mais doce, mais ácida, exótica ou nacional;

– se você tem preferência por somente frutas e insumos orgânicos ou não é um fator relevante para a escolha de um produto;

– o tipo de uso ou harmonização com outros alimentos e bebidas;

– se você tem alguma restrição alimentar ou alergia.

DICA DE OURO: Caso não conheça a marca, procure recomendações de clientes. Nem sempre as mais caras serão as melhores, mas provavelmente as que tem a embalagem mais elegante (mesmo que tenha um visual mais limpo e objetivo) será uma boa escolha para presentear. Geralmente quem se preocupa com um ótimo visual e apresentação de suas embalagens, da clareza e encantamento que transmitem, vão se preocupar (e muito) com o conteúdo. Qualidade não é um fator para escolha, qualidade é obrigação de qualquer marca, não somente de geleias, mas de todas empresas.

Temos que aprender que por mais que em nosso país as frutas são produzidas em abundância, as geleias só começaram a alguns anos a fazer parte da mesa do brasileiro. Geleia é um alimento, um produto resultante da conservação das frutas, então como tudo no Brasil é possível de se conseguir muito fresco, não é cultural nem uma tradição seu consumo. Porém como o pais é muito grande e nem sempre temos a oportunidade de provar os vários tipos de frutas in natura, é através da geleia que podemos conhecer esses sabores tão nacionais e que a maioria das pessoas desconhecem. É através das geleias que podemos fazer um “intercambio de sabores“, e dessa forma incentivamos o cultivo e aumento da produção de frutas tão especiais que até então não temos muito acesso, mas que podemos provar e conhecer e também levar ao mundo nossos aromas e sabores. Assim como foi importante o movimento para que as pessoas aprendessem a conhecer, degustar e escolher seus vinhos, queijos e pães, é importante descobrir todos os processos até mesmo para valorizar e inovar.

Além disso, um dos fatores para se escolher uma boa geleia é conhecer a mestra ou mestre responsável pelas criações, para entender sua metodologia, suas combinações e saber o que eles tem a oferecer ao mundo e qual mensagem querem passar. Criar geleias não é somente um ofício, geralmente ele vem atrelado a algum propósito. Por exemplo, mestres que optam por desenvolver receitas que levam menos açúcar, ou que privilegiam as frutas da estação e da sua região, ou somente usam matéria prima orgânica, ou os que preferem ser fiéis as texturas e sabores originais, entregando praticamente fruta em potes. Há também os profissionais que optam por garantir uma vida útil maior, pois sua escala de produção é grande e atendem um mercado com intenso consumo e área de abrangência exponencial. Dessa forma é necessário o uso de insumos industrializados (ou não) e maquinário de alta performance para produzir a demanda.

Embora o conceito ancestral de GELEIA seja a conservação da fruta em açúcar, seja ele vegetal ou proveniente de origem animal (mel) há mestres que tem em sua linha de produtos geleias sem açúcar, diet ou com adição de outros tipos de adoçantes sintéticos ou extraídos de forma natural.

E quando falamos em geleias sem açúcar, logo imaginamos que elas existam para suprir as necessidades de quem tem alguma restrição alimentar ou se preocupa com o consumo excessivo de açúcar. Sabendo que um dos fundamentos para se classificar uma geleia é a presença de fruta somada ao conservante natural, ácido cítrico e calor, é possível ter o mesmo resultado sem um desses elementos? Sim, é possível, e esse é um tema bastante polêmico e que rende um texto mais completo e complexo, com muitas informações e orientações. O importante é lembrar que geleias naturais serão sempre mais saudáveis, porém seu uso e quantidade a ser consumida devem ser avaliadas por um profissional de saúde responsável e capacitado para tal.